Contradições ou talvez não, tradições feitas para serem quebradas ou não, cavalheirismo que se perdeu ou simples evolução social! Muitas mais descrições se poderiam colocar à forma como as pessoas falam entre si ou se relacionam com o passar dos tempos.
Na altura em que ainda não tinha "consciência", as pessoas tratavam-se por "você", em alguns casos mesmo por "vossa excelência", as pessoas ao cruzarem-se diziam "Bom dia" mesmo não se conhecendo, e até em relações familiares, um filho ao dirigir-se para o pai colocava o substantivo "o" antes de "pai", quanto a namoros, eram feitos na casa dos pais da moça, na presença dos pais desta, e mãozinhas dadas já era muito.
Aquando no estado de "consciência" acima referido, as pessoas já se relacionam quase todas por "tu" ou pelo nome, o "bom dia" já se perdeu um bocado, os filhos trocaram o "o pai" pelo "ó pai", os namoros tornaram-se "livres".
Se estas mudanças também se encontram relacionadas com as épocas "durante Salazar / Pós-Salazar) pode e provavelmente é um facto.
Chega-se aos "tempos de hoje", o "tu" e o nome persistem, mas surgem igualmente as alcunhas e os nicks, o brasileirismo na língua portuguesa é imenso e com a internet há os famosos "x" e as abreviaturas que só quem frequenta a internet percebe.
O relacionamento de um filho para o pai continua "íntegro", mas surgem expressões como "o velho/velhote" ou "o quota", o que fazem os pais? Fazem-se de "tias" e começam a tratar os filhos por "você".
Os namoros começam a ser mais uma antecâmara do casamento do que propriamente namoro, mas temos já as amizades coloridas, as amizades especiais e até mesmo as amizades sexuais, porque cada vez "estamos" mais liberais e com menos tabus e a malta já quer é divertir-se sem compromisso.
Agora, para fazer jus ao título do tópico, os factos mencionados no último parágrafo demonstram pelo menos em parte a evolução das pessoas, da Sociedade, algo natural, mas que vai entrar em algum ponto em contradição com a consciência das pessoas. Vejamos, a evolução de uma língua é normal, senão estaríamos a falar Latim, mas as pessoas já quase não distinguem o português standard e o do Brasil (nem mesmo eu muitas vezes) mas ao mesmo tempo não achamos estranho a presença de outros estrangeirismos de outros países (eu confesso, que em relação ao Brasil, oralmente nada a apontar, mas no escrito, até me passo ou será passo-me :) ).
A relação entre pais e filhos penso ser a normal numa evolução, mesmo ao dizer-se "o velho" há sempre um traço de respeito, já um pai a tratar o filho por "você", pessoalmente acho-o impessoal.
Os namoros ou amizades coloridas, cada vez mais liberais, nada contra e provavelmente até a favor, mas os homens não esperem casar-se com uma virgem e as mulheres realmente começam a não achar cavalheiros já que a definição do mesmo não é a mesma de outros tempos. Eles existem, cavalheiros e virgens, mas a evolução e as relações hoje resultam mais do respeito entre as pessoas do que nos actos que as mesmas practicam.
Pena é, e em nota pessoal, que muitas tradições ou eventos não progridam ou cessem como a evolução ou liberalização da Sociedade. É o caso dos políticos e respectivas políticas que são sempre as mesmas, ou tradições como touradas já que é feio maltratar pessoas, mas é sempre mais fácil nos animais. Ao invés, tradições positivas e que podiam-se manter, são consumidas pelo capitalismo.
Mais podia-se dizer sobre evolução social, mas provavelmente o texto já vai grande, quem quiser pode acrescentar.
PS - Quem achar abusivo o uso de "" que me desculpe ...oopps, desculpe-me, mas achei necessário :)
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1 comentário:
Com o passar do tempo só uma coisa é garantida: mudança.
As coisas mudam, as pessoas mudam e a realidade é que ganhamos e perdemos pela evolução.
No fundo, eu acredito que o essencial baseia-se na intenção da cada individuo... ou seja, pouco me importa a evolução do comportamento no sentido de um filho tratar o pai por "o pai" ou "ó pai" - o que me interessa é que ele mantenha o respeito ao seu pai.
Relacionamento entre pessoas já é um pouco diferente, tal como dizes.. a malta liberal de hoje quer pouco compromisso... o será que quer mesmo?
A maioria dos liberais que conheço não se importavam de ser menos experientes na vida, ou trocar os seus actuais hábitos pela garantia de um parceiro fiel, uma pessoa que amam... essa mesma maioria desistiu algures no tempo de acreditar na existência dessa pessoa.
Em fim... é um tema com pano para mangas em que podia ficar aqui o dia inteiro a dar a minha opinião.
O que vale... é que temos a liberdade de escolha de quem queremos ser e quem queremos que fazem parte da nossa vida.
Beijo Grande!
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